Particularmente, prefiro criar muitos treinamentos à partir de minhas experiências adquiridas nos diversos clubes pelos quais já trabalhei.
Este treinamento é muito completo, pois envolve não apenas todas as qualidades técnica e físicas desenvolvidas pelos atletas em campo, como também pode solicitar a participação de vários membros da comissão técnica em conjunto para não apenas monitorarem o trabalho, mas principalmente, participarem dele ativamente nas orientações e cobranças, como acontece nos jogos.
Aqui, estão presentes a resistência aeróbia, quando das corridas intervaladas e dos períodos em que os atletas estiverem participando dos jogos em áreas reservadas ( uma variação deste trabalho, pode ser realizada à parte, sendo disputados joguinhos em campo reduzido, com os atletas subdivididos em grupos de 4x4 ou 3x3, em uma área colada à esse espaço acima marcado, por exemplo: todos os atletas participam ao mesmo tempo deste treinamento e à cada 10 ou 15 minutos no sequêncial acima, todos se deslocam rapidamente e jogam em campos reduzidos, podendo tocar apenas 2 vezes à bola, em um período de no máximo 5 minutos).
Ao final destes 5 minutos, todos devem hidratar-se bem e voltar para mais 10 ou 15 minutos neste grande seqüencial acima mostrado.
O trabalho com equipes definidas, somente é realizado nesta área à parte, sendo dentro do sequêncial, o trabalho realizado de um lado de campo apenas sem bola e bem individual, mas sempre com orientações dos preparadores físicos e fisiologista para que não sejam realizadas repetições em excesso em determinadas estações ( pode-se definir antecipadamente as repetições para cada estação ) e do outro lado, o trabalho é realizado com bolas, podendo ser a participação individual ou coletiva ( grupos pequenos ou até em conjunto com setores inteiros, como ataque, defesa e meio campo ), atuando entre si, simulando situações reais de jogo).
A resistência especial (aeróbio - anaeróbio), também é trabalhada, principalmente na realização de corridas com variação de velocidade - C C V V ).
A força especial (força máxima, força explosiva, e resistência de força), como saltos verticais, horizontais, até trabalho tracionado pode ser adicionado, além de algumas estações com pesos livres para membros superiores e inferiores (1/2 agachamento) e também saltos pliométricos, é muito trabalhada, pois o futebol está todo alicerçado sobre 3 pilares fundamentais: força, velocidade e resistência de velocidade.
A velocidade de movimento, como as corridas de curta duração (5 - 30 m), são uma constante nos 2 lados no seqüencial (procurar realizar em velocidade máxima, entre 20 à 24 km/h ou mais, acima de 6,5 m/s.
A resistência de velocidade também pode ser incluída, em distâncias entre 20 - 80 m, (ater-se mais nos rallys de jogo, quando distâncias de 30 à 40 m por exemplo, são fracionadas em piques curtos, mas seguidos).
A EXECUÇÃO
O tempo pode ser de no mínimo 45 minutos, sendo subdividido em 3 séries x 15' ou 5, 6 séries x 10' de execução no grande seqüencial.
A recuperação entre cada série completa será de 5 minutos, tanto para as séries com 10 ou 15' de duração.
Os atletas podem começar, realizando os joguinhos em campos reduzidos com duração de 5 minutos, mas com uma reposição de bola bem rápida e com um ritmo bastante intenso na execução e quando do termino, imediatamente iniciam o trabalho no grande seqüencial.
Todos movimentam-se à vontade por todo o seqüencial, prestando bastante atenção nas orientações dos preparadores físicos e fisiologista e demais membros da comissão técnica.
É muito importante ter-se em mente, que a intensidade de cada ação deve espelhar aqueles movimentos que são realizados por cada um deles, quando de suas participações em uma partida oficial.
As opções são muito variadas para que todas as qualidades físicas possam ser trabalhadas separadamente e ao mesmo tempo, fundindo-se ao longo de todo o treinamento.
Por exemplo: o atleta inicia trotando em direção ao lado sem bola e inicia em ritmo intenso os saltos frontais nas barreiras, saindo em velocidade - 15 metros - para o zig- zag, simulando um drible de corpo logo após ter saltado em uma disputa de bola pelo alto e ter corrido atrás do adversário, para retomar a posse de bola.
Feito isso, este atleta se desloca para o lado de campo com bola, onde depois deste trote de recuperação ou não, ele vai realizar, dribles, cruzamentos, chutes a gol etc, sempre visando a realização de tarefas executadas por ele mesmo, de forma direta e criativa, exatamente como as realiza nos jogos.
Aqui deste lado, o técnico e seus auxiliares, mais o treinador de goleiros, irão orientar os atletas em suas múltiplas ações. A velocidade também é essencial nestas ações e até as bolas paradas para cobranças de faltas ou penaltes, devem fazer parte.
A recuperação durante cada bloco de duração ativa no treinamento, fica diretamente vinculada ao próprio atleta, pois somente ele mesmo, para se auto avaliar, podendo trotar lentamente e até caminhar, exatamente como o faz nos jogos.
A monitoração cardíaca via frequêncímetros, é uma alternativa altamente válida para o controle da intensidade de todos os movimentos dos atletas durante o treinamento, e até a coleta do lactato sangüíneo, de forma esporádica logo em seguida à execução de determinada seqüencia, mostrará no ato, o grau de intensidade de seus esforços.
O mais importante, é a liberdade proporcionada aos atletas, para realizarem atividades variadas com bola ou não, simulando sua atuação direta e clara, como se estivesse atuando oficialmente.
Teremos então um retrato mais fidedigno, da participação de todos os atletas, com a ausência do adversário, mas com um controle de seu desempenho, monitorado por todos da comissão técnica.
É sem dúvida nenhuma, um treinamento bem completo e dinâmico, pois os atletas estarão participando do jogo diretamente, tendo a liberdade da criação de jogadas e a execução de movimentos com seus respectivos instantes de recuperação, simulando o tempo inteiro suas ações e reações, típicas das realizadas nos jogos.
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