domingo, 20 de março de 2011

O TRABALHO SÉRIO E COMPETENTE É INSUPERÁVEL

   Na postagem anterior à essa (17/03), mostrei como a realização de uma pré-temporada aqui no Brasil, principalmente para os grandes clubes é um grande desafio para os preparadores físicos, fisiologistas e técnicos, pois o escasso período para a realização de múltiplas atividades que formatarão o alicerce de uma grandiosa temporada, precisa ser altamente rendoso e seguro ao mesmo tempo.
   Hoje, estarei pinçando 3 semanas do mês de abril da temporada 2008, quando da disputa do Campeonato Paranaense e aqui mais especificamente, englobando as duas partidas da semi-final e a primeira da grande final.
   Escolhi não por acaso, este campeonato ou este clube em especial, mas para enfatizar como nada ultrapassa em importância o verdadeiro trabalho realizado com competência e organização, separei o período de menor duração para a realização de uma pré-temporada em que eu estive presente, para afirmar que verdadeiramente o trabalho sério e competente é insuperável.


   Estarei mostrando também, algumas avaliações com seus respectivos resultados, 2 trabalhos físicos diferenciados e mais uma atividade regenerativa bem simples, mas com a comprovação técnica do aproveitamento preciso do treino, além de dissecar a programação completa da viagem para o jogo que nos levou a grande final do estadual.


   Atentem para o fato, de que as respectivas avaliações e trabalhos físicos foram executados dentro daqueles exuberantes 5 dias para a pré-temporada.
   Um outro fato muito importante, é que os valores compilados nestas avaliações não devem ser comparados com os de outros clubes (todos possuem metodologias próprias), mas apenas armazenados para um acompanhamento da evolução física dos atletas no decorrer da competição e seqüencia profissional destes atletas no próprio clube, além  de servirem para a formatação de médias para futuras avaliações pelo clube.
   O jogo à ser dissecado, foi realizado no dia 20 abril na cidade de Toledo, mas que por falta de melhores condições hoteleiras, optamos por uma logística mais abrangente.



    Realizávamos reuniões mensais, sempre no final de cada mês, para programarmos de forma bem científica todas as cargas com seus respectivos volumes e intensidades envolvendo todos os períodos disponíveis para os treinamentos.
   É muito importante salientar, que essa programação sempre envolve todos os atletas, não apenas os que estão aptos, mas também aqueles que estão retornando do departamento médico (aqui é realizado o trabalho de transição, com cargas diferenciadas pois esses atletas estão sendo liberados pelos médicos e dependendo do grau de lesão e do tempo de inatividade, eles são submetidos à trabalhos bem específicos, geralmente realizados por um preparador físico auxiliar, fato esse que eu particularmente, prefiro).
   Assim, quando do seu retorno para os treinamentos em caráter normal, não  teremos que nos preocupar exclusivamente com seu retorno progressivo, pois o mesmo já foi realizado com sucesso, estando então liberado e a disposição para utilização por parte do comando técnico.


   Temos que tomar muito cuidado também, com aqueles atletas que não estão jogando regularmente (os reservas), pois com o número elevado de jogos e conseqüentemente de concentrações, a tendência para se ganhar peso através da grande ingesta de alimentos é grande.
   Um outro grupo, que a nossa programação mensal não pode deixar de atender bem de perto, são os atletas regularmente não convocados, pois estes passam pelo agravante de treinar muito (as cargas de cada sessão de treino devem ser muito bem dosadas) e jogar pouco, estando quase sempre com uma elevada falta de rítmo de jogo.
   Para tanto, são marcados regularmente jogos treinos e até amistosos com esses atletas, para que as diferenças em relação ao tempo de bola e sentido de posicionamento em campo, venham a ser diminuídos quando de sua tomada de titularidade momentânea ou até permanente.
   Abaixo estão postadas algumas avaliações com seus respectivos resultados; infelizmente o tempo ínfimo para a preparação adequada, acaba por impedir a execução de outros testes (que não serão esquecidos dada sua importância, mas que serão realizados concomitantemente ao desenrolar dos jogos), mas há muito que eu não gasto mais meu precioso tempo com reclamações, parto para a ação e realizo algumas vezes até o impossível, sempre em parceria com meus companheiros de comissão técnica.


      Para os trabalhos na sala de musculação, os testes de carga máxima limitaram-se inicialmente, somente para os extensores e flexores (membros inferiores), pois quando foi possível, executamos um protocolo de avaliação diferenciado e que em breve postarei aqui.
    Os monitoramentos sempre foram uma constante quando da execução de grande parte de meus trabalhos, pois assim procedendo posso ter um controle real e atual, de muitas atividades por parte dos atletas e com isso, apresentar aos mesmos suas evoluções e o tempo trabalhado.




          Esse treinamento abaixo, é um intervalado aeróbio - anaeróbio (resistência especial), com um volume total de 3000 m, sendo postado aqui, somente a primeira metade, com o atleta Nei, ala, atuando atualmente no S. C. Internacional de Porto Alegre.
         Mesmo com o tempo reduzido, conseguimos realizar alguns treinamentos, já baseados nos resultados de avaliações que transcorriam em paralelo aos treinos (este escalonamento de múltiplas atividades concomitantes, foram programados por nós, preparadores físicos, fisiologia, departamento médico, no final da temporada anterior).



           Aqui está a comprovação do resultado espetacular, de recuperação física, por parte do atleta FERREIRA, meia atacante e titular da seleção Colombiana também.
              Este trabalho deu inicio à todo um processo regenerativo pós jogo, que foi continuado, junto aos massagistas e a nutricionista.
        Observe atentamente, que o nível de sua freqüência cardíaca esteve abaixo de seu limiar constantemente.



                  Aqui neste trabalho o atleta IRÊNIO  um meia canhoto, realizou um circuito composto de 8 estações, sendo realizado em 2 passagens com 30" de execução direta em cada uma das estações, por 30" de recuperação.
                       A cada mudança de estação, era obedecido um intervalo de 1': 30" / 1' : 45" de descanso.
               Inúmeros movimentos simulando aos realizados nos jogos, envolvendo todos os segmentos corporais, aqui estavam sintetizados.



           Este jogo abaixo, foi o segundo da semi final e que nos colocou na final do Campeonato Paranaense de 2008.
            Tomar posse de vários detalhes dos inúmeros preparativos até o jogo em si, é muito interessante;


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