A cerveja é uma bebida fermentada que, quando consumida em excesso, leva à formação de gases com consequente distensão abdominal, dando origem à famosa, deselegante, protuberante e odiada "barriguinha".
Apesar de ser uma bebida com baixo teor alcoólico, (1 latinha de cerveja tem em média 6% de álcool e por volta de 130 calorias) é a bebida eleita pelo brasileiro que por sua vez acaba exagerando na dose e consumindo por demasia.
Uma cervejinha não tira ninguém da linha mas várias, sem dúvida, não há abdômen que resista à elegância.
Principalmente quando acompanhada pelos engordurados e "engordativos" petiscos ( salaminho, provolone, pasteizinhos, croquetes, amendoins, pistaches, castanhas e outros ).
Em contrapartida, tomar cerveja de estômago vazio provoca hipoglicemia ( baixas taxas de açúcar no sangue ) com sintomas de palidez, tontura, fraqueza e mal estar geral.
Extrapolar no consumo da cerveja, ou qualquer bebida alcoólica, leva nosso organismo a buscar e priorizar mecanismos de desintoxicação para a eliminação do etanol ( álcool ) com consequente prejuizo no metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas.
Esse desvio no metabolismo proporciona o acúmulo de energia sob a forma de gordura corporal ( barriguinha, barrigona, pneuzinhos, etc ).
Cada grama de álcool fornece 7 calorias, quase a quantidade de 1 grama de gordura ( 9 kcal ), com o agravante que as bebidas alcoólicas não fornecem nenhum nutriente de significativa relevância, apenas energia.
Excesso de energia, sem gasto, acumula -se sob a forma de gordura corporal, que nos homens ocorre mais na região abdominal (tipo andróide) e nas mulheres mais na região dos quadris e glúteos (tipo ginecóide), apesar de também estar presente o tipo andróide nas mulheres.
Hoje, sabe-se que o excesso de gordura na região abdominal, independente do fator estético, tem estreita relação com o aumento de riscos para o desenvolvimento das doenças do coração.
Outro detalhe que merece ser lembrado é que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas aumenta a diurese e a desidratação, levando com isso à perda de importantes vitaminas hidrossolúveis ( C e COMPLEXO B ) e minerais como CÁLCIO, ZINCO E MAGNÉSIO.
CÁLCIO
--- No organismo há mais cálcio do que qualquer outro mineral.
--- O cálcio e o fósforo trabalham juntos para produzir ossos e dentes saudáveis.
--- Quase todo o cálcio do organismo ( 1 kilo e meio + ou - ), se encontra nos ossos e dentes.
--- Possui um papel fundamental na contração muscular.
--- Para que o cálcio seja absorvido, o organismo deve possuir vitamina D suficiente ( vitamina D- peixe / fígado / ovos / laticínios / margarina e cremes vegetais ).
--- O cálcio auxilia na absorção do zinco, fósforo, magnésio e ferro .
PRINCIPAIS FONTES ALIMENTARES
Leite e laticínios / soja / amendoim / verduras / sardinha / nozes / feijão / salmão / semente de girassol.
ZINCO
--- Está presente em todas as células.
--- Sua concentração no organismo é de 1.4 g.
--- Maiores concentrações se encontram na Caróide ( túnica vascular do globo ocular ), ossos e próstata.
--- Músculos, ossos e medula óssea, contém aproximadamente 90% de zinco orgânico.
--- O zinco protege q membrana celular.
--- A concentração de zinco diminui em situações de estresse.
--- Há perda significativa de zinco pelo suór.
BIOQUÍMICA DO ZINCO
Principais funções:
--- Eliminação do CO2 do organismo.
--- Aumento da resistência do sistema imunológico.
--- Indispensável para a síntese de proteínas
--- Atua praticamente em todos os tampões do organismo, protegendo o equilíbrio do PH.
--- O zinco é inibido por altas taxas de colesterol ( muito cuidado com isso ).
PRINCIPAIS FONTES ALIMENTARES
Peixes / frutos do mar / bife / costela de carneiro / lombo de porco / germe de trigo / ovo / maça / aveia / semente de abóbora / etc.
obs: O zinco de fonte vegetal é menos absorvido do que o de fonte animal.
ATENÇÃO: A suplementação de zinco exige a presença de Betacaroteno, Cálcio e Fósforo, para o seu bom aproveitamento orgânico.
MAGNÉSIO
Está relacionado principalmente com as seguintes reações e apresenta as seguintes características:
--- Metabolismo dos carboidratos
--- Armazenamento de energia
--- Metabolismo dos lipídios e das proteínas
--- É necessário para o metabolismo do cálcio, vitamina c, fósforo, sódio e do potássio
--- É indispensável para o funcionamento eficaz dos nervos e dos músculos
--- É importante para converter o açúcar do sangue em energia ( sistemas enzimáticos da ATPASE, HEXOQUINASE, OXIDASE PIRÚVICA etc )
--- Combate a depressão
--- Alivia a digestão
--- Ajuda a evitar os depósitos de cálcio e a formação de pedras nos rins e na vesícula
--- Promove a saúde do sistema cardiovascular e ajuda na prevenção de ataques cardíacos
--- Combinado com o cálcio, funciona como tranquilizante natural
PRINCIPAIS FONTES ALIMENTARES
Figo / limão / milho amarelo / amêndoa / nozes / sementes / verduras / maça.
VITAMINA C
Fontes naturais:
Frutas cítricas / brócolis / pimentão verde e vermelho / salsa / couve / pimenta picante / repolho / couve flor / couve de Bruxelas / cebolinha / mostarda / acerola, etc.
COMPLEXO B
Fontes:
Carnes / vísceras / peixes.
CAFÉ
O café foi trazido para o Brasil em 1727 por Francisco de Mello Palheta, então sargento-mor do Exército.
Tendo ido à Guiana francesa em missão oficial, para resolver questões de limites junto ao governador Frânces D’Orvilliers, foi convidado a percorrer as plantações de café, ocasião em que recebeu grãos e colheu mudas, que plantou nas vizinhanças de Belém, onde residia.
Uma das lendas em torno da descoberta do efeito estimulante do café é a do pastor KALDI, ao ver a agitação das cabras de seu rebanho, após a ingestão de alguns frutos do Cafeeiro.
Kaldi provou os frutinhos avermelhados, comprovando seu poder excitante, e isso teria ocorrido no ano de 850.
Outras fontes, entretanto, contam ter sido um monge árabe o primeiro a preparar uma infusão com sementes de café, a fim de livrar-se do sono que o impedia de realizar suas orações noturnas.
A história do café é vaga e obscura. A palavra café parece derivar do árabe qahwah, embora etimologistas a relacionem com Kaffa, província da Etiópia de onde a planta é nativa.
De lá passou para a Arábia e admite-se que os árabes hajam começado a tomar café no século XV.
O cultivo se desenvolveu e o Iêmen permaneceu como principal fornecedor mundial até o século XVII.
No Brasil, o consumo subiu 5% em relação ao ano de 2009 e a safra de grãos chegou a 19,31 milhões de sacas.
Existem muitos estudos sobre os efeitos positivos e negativos do café no corpo humano. Contudo, as investigações científicas ainda não são suficientes para avaliar os efeitos positivos com clareza, pois a quantidade de café consumida durante o dia pelas pessoas e o padrão de concentração da substância no organismo ultrapassam os valores utilizados em estudos controlados.
Por outro lado, os relatos científicos demonstram que inúmeros problemas podem ser gerados pelo grande consumo de café.
Sabemos que o princípio ativo mais importante do café é a cafeína.
Ela é responsável pela maior parte dos efeitos fisiológicos, sendo destacados a estimulação do sistema nervoso central, o aumento do metabolismo de repouso e o aumento do desejo de urinar.
O consumo de duas a três xícaras de café ao dia pode provocar a elevação da pressão arterial mesmo em indivíduos não hipertensos, e esse efeito é maior em pessoas que já apresentam hipertensão arterial ( pressão alta ).
Outro efeito negativo que o consumo de café ( mesmo sendo filtrado) pode provocar, é o aumento do mau colesterol (LDL).
Um estudo norueguês mostrou que o elevado consumo de café aumentou o risco de mortalidade por doença coronariana (infarto), especialmente naqueles que ingeriram cerca de nove xícaras de café por dia durante um ano. Outros estudos demonstraram que, a partir do consumo de quatro xícaras, esse efeito negativo já seria possível.
Também foi observado que o consumo de café pode aumentar o risco de ocorrer um AVC ( derrame cerebral) em homens hipertensos, mas essas evidências não são tão fortes quanto as relacionadas ao LDL e ao INFARTO.
A cafeína promove a redução na absorção de uma série de minerais, tais como o ferro ( que participa no transporte de oxigênio) e o Zinco(importante nas reações químicas que geram energia para o corpo).
Além disso, essa substância também provoca uma menor absorção intestinal e maior eliminação de Cálcio pela urina. Tais fenômenos contribuem para um desequilíbrio negativo de cálcio, o que aumenta muito o risco de desenvolvimento de OSTEOPOROSE, especialmente após a menopausa.
Em crianças, o consumo de café pode provocar déficit de atenção e hiperatividade. Sugere-se também que altas doses de café (acima de 3,0 mg/kg.(dia)-1) poderiam causar nervosismo ou ansiedade e distúrbios do sono. Em função desses efeitos, no Canadá, o consumo de café para crianças é limitado a 2,5mg/kg.(dia)-1).
Tendo em vista esses estudos, todos os consumidores de café devem estar atentos à quantidade que ingerem diariamente, pois, apesar de saboroso, seu consumo excessivo pode oferecer riscos à saúde e causar dependência química.
Então, recomenda-se a redução do consumo diário de café e a substituição desta bebida por outras mais saudáveis, como água e sucos de fruta, especialmente para mulheres, crianças e homens hipertensos.
ESTE ARTIGO MUITO IMPORTANTE FOI EDITADO NA REVISTA FIEL, (ANO 07 – NÚMERO 70 – MARÇO DE 2011 – PÁGINA 18 ) DA ASSOCIAÇÃO VITÓRIA EM CRISTO E QUE TEM COMO PRESIDENTE O PASTOR SILAS MALAFAIA.
ANDERSON LUIZ, O AUTOR, É DOUTORANDO EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS – FMRP/USP – UFRRJ E PROFESSOR DE NUTRIÇÃO ESPORTIVA E FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO NA UFRRJ.